Fala, galera. Gostaria de compartilhar com vocês uma experiência muito irada que tive durante a terceira etapa do Circuito UFF Rio Triatlhon, ontem. Quem acompanhou sabe que os últimos meses foram intensos. Eu e a Paulinha nos comprometemos a entregar o melhor em cada treino e assim fizemos. Isso produziu em mim uma expectativa muito grande, chegou a dar frio na barriga alguns dias antes da prova, uma sensação que nunca tinha acontecido antes! rs… Meu objetivo era conseguir estar entre os três primeiros da minha categoria na distância Sprint (750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida), para depois traçar os novos objetivos, aumentando as distâncias etc…
Minha evolução foi nítida. Fiz a melhor natação da minha vida e sai da água com a respiração boa. Pedalei os 20km no meu melhor tempo também e, por fim, a corrida estava muito bem encaixada no ritmo que eu havia programado. Resultado, fechei a prova em 1h08m21s, aproximadamente 3 minutos abaixo da etapa anterior. Isso me rendeu a terceira colocação na minha categoria! Que sensação incrível de ter conquistado algo que só é possível com muito empenho…
Gui Machi na preparação para a largada da categoria Sprint da terceira Etapa do Circuito UFF Rio Triathlon. Foto de Heusi Action/Divulgação
Porém, no momento da premiação, fui avisado que havia cometido uma penalidade no fim do ciclismo. Desci da bike em cima do tapete da transição e não antes do tapete como prevê a regra. Quando o atleta toma essa penalidade, ele deve ficar parado num local chamado pênalti box durante 15 segundos antes de sair para a corrida. Mas como eu não percebi que havia cometido essa penalidade, fui logo entrando para a transição, coloquei meu tênis e sai correndo. Foi um descuido, talvez por inexperiência, pelo calor da prova, sei lá… Me explicaram que eu deveria ter olhado o display que mostra o número dos atletas que foram penalizados. Esses 15 segundos não afetariam em nada a minha terceira colocação, já que o quarto colocado fechou a prova quase 4 minutos depois. Mas por eu não ter parado no pênalti box por 15 segundos, minha penalidade foi ainda maior, acrescentando 5 minutos no meu tempo total de prova. Sendo assim, perdi meu tão esperado pódio. Fiquei decepcionado comigo mesmo… Na real estava meio confuso, pois na minha cabeça tinha feito tudo certo, tinha dado meu melhor…
Bom, fui contestar esse resultado final com a organização do Rio Triatlhon, que, com muito respeito, deram toda atenção pra mim naquele momento. Ouviram tudo o que eu tinha pra falar, depois disso me explicaram as regras com detalhes e me motivaram, pois, afinal, eu tinha feito uma excelente prova.
Gui Macchi na corrida da Terceira Etapa do Circuito UFF Rio Triathlon. Foto de Heusi Action/Divulgação
Essa experiência, apesar de amarga, foi muito positiva pra mim, pois pude ter uma compreensão maior a respeito da seriedade da organização em cumprir as regras com excelência. Isso é: eu não estou fazendo qualquer prova! Aprendi também que o triathlon, na sua essência, não dá margem para sabotagens. Se a regra existe, ela deve ser cumprida. Se pode pode, se não pode, não pode! Não existe “jeitinho”! O atleta deve se empenhar e alcançar seus objetivos de forma justa e legítima. Isso sim é honroso! Tenho certeza que é esse comprometimento dos organizadores que têm feito do Circuito UFF Rio Triathlon uma prova cada vez maior e que esse trabalho possa seguir dessa forma!
Minha atitude final foi reconhecer o meu erro, agradecer a atenção dos organizadores e parabenizar os demais vencedores da minha categoria. Depois disso, fui retribuído com um troféu de “fair play”!
Sobre o meu vacilo? Aaah, esse eu não cometo mais. Dele eu só levo o aprendizado… Agora chega de mimimi e borá treinar porque os objetivos são cada vez maiores!”
Gui Macchi
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”