Primeira prova de triathlon extremo das Américas, o Fodaxman Extreme Triathlon, em Santa Catarina, passa a integrar o calendário da XTri Worl Tour a partir deste ano. além do Fodaxman, mais duas provas foram selecionadas como “prospect races”: Black Lake Xtreme Triathlon, em Montenegro, e Manx Xtreme Triathlon, na Ilha de Man, no Reino Unido.
Esses três eventos se unem ao Norseman (Noruega), Swissman (Suíça), Celtman (Escócia), Janosik Slovak (Eslováquia), Canadaman (Canadá), Swedeman (Suécia), Icon (Itália), Hispaman (Espanha) e Patagonman (Chile). Cada uma das provas do XTri World Tour é classificatória para o XTri World Championship, no ano que vem.
Realizado na Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, o Fodaxman tem 3,8km de natação noturna, 180km de ciclismo, com 3.500 de altimetria acumulada, e 42km de corrida, com 1.200m de altimetria acumulada e chegada a 1.818m de altitude. No ano passado, os vencedores foram os triatletas Luíza Tobar e Jonathan da Silva.
Processo seletivo
As inscrições para a prova deste ano, que acontece em 14 de dezembro, já estão encerradas e os participantes já estão definidos. Mas os interessados em competir no ano que vem devem saber que há um processo de seleção. Na primeira fase, os atletas deverão preencher a ficha de inscrição contendo informações pessoais, histórico esportivo, informações médicas etc. Os que forem aprovados pela comissão, passarão para a segunda fase, quando ocorrerá um sorteio para preencher as vagas.
“Desde que pensamos em criar o Fodaxman nos espelhamos em provas como, por exemplo, o Norseman, Swissman e Celtman. Apesar de começarmos pequenos, certamente tínhamos grandes ambições”, afirma Fernando Palhares, um dos organizadores do evento.
Segundo ele, o anúncio do Fodxman como “prospect race” é um ganho para a prova e para os triatletas brasileiros:
“Com a criação do XTri World Tour, em 2018, foi um caminho natural direcionar nossos esforços para tornar o Fodaxman uma prova do circuito mundial de Extreme Triathlon.”
A origem do Fodaxman
O Fodaxman surgiu durante o treinamento de um grupo de quatro triatletas que pedalavam entre Lauro Muller e Urubici, em Santa Catarina.
“Sonhávamos como seria realizar a primeira prova de triathlon extremo das Américas. A ideia foi tomando forma e o primeiro passo foi definir um percurso viável que passasse pela Serra do Rio do Rastro e tivesse as distâncias aproximadas de uma prova full distance”, explica Palhares.
Após descobrirem uma lagoa para o trajeto de natação – na primeira edição, ela aconteceu em Faxinal, e agora é na Barragem de São Pedro, em Siderlópolis – o percurso de ciclismo até Urubici ficou viável, com exatos 180km, e sem a necessidade de um único retorno.
“Queríamos resgatar o verdadeiro espírito do triathlon, tão esquecido nas competições atuais. A satisfação em terminar deveria ser maior que o tempo de prova”, conta o organizador. “O desafio em superar nossos próprios limites deveria ser mais importante do que a colocação. E os demais atletas seriam nossos companheiros de jornada ao invés de adversários. A imponência da natureza sentida na dificuldade do percurso nos ensinaria a sermos mais humildes.
Com dez atletas convidados, o evento estreou em janeiro de 2017. Em dezembro do mesmo ano, a organização abriu inscrições para atletas se candidatarem. O percurso também foi incrementado com a inclusão dos 16km de subida do Morro da Igreja, que propiciou uma chegada a 1.818m de altitude.
Mais informações no site oficial
Os campeões do Fodaxman Extreme Triathlon
Primeira edição (janeiro de 2017): Luiz Inácio Silva, em 12h46m
Segunda edição (dezembro de 2017): Felipe Dayrell, em 12h58m, e Lívia Bustamante, em 14h23m;
Terceira edição (2018): Jonathan da Silva, em 12h09m, e Luiza Tobar, em 12h58m (recordes de prova)
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”
