Maratona de Boston é dominada pelo Quênia

Peres Jepchirchir e Evans Chebet : os quenianos campeões da 126ª edição da Maratona de Boston. (Divulgação)
Peres Jepchirchir e Evans Chebet : os quenianos campeões da 126ª edição da Maratona de Boston. (Divulgação)

Só deu Quênia no pódio na Maratona de Boston. No masculino, cinco dos dez primeiros colocados eram quenianos e, no feminino, seis das dez primeiras eram do país africano na 126ª Maratona de Boston, nesta segunda-feira (18).

O pódio masculino foi todo queniano. Com o tempo de 2h06m51s, Evans Chebet, de 33 anos, foi o campeão, seguido por Lawrence Cherono, primeiro colocado em 2019, com 2h07m21s, e Benson Kipruto, vencedor em 2021, com 2h07m27s.

Na Maratona de Boston, o primeiro título de Chebet em Majors

Chebet foi o maratonista mais rápido do mundo em 2020, quando venceu a Maratona de Valência, na Espanha, com 2h03m00s, seu melhor tempo na carreira. Nesta segunda-feira, o queniano participou pela sua segunda vez em Boston e foi muito mais bem-sucedido, pois, em 2018, ele desistiu da prova.

No feminino, a vitória foi da queniana Peres Jepchirchir, com 2h21m01s. A intrusa entre os quenianos no pódio foi a etíope Ababel Yeshaneh, que terminou em segundo, com 2h21m05s. Mary Ngugi ficou em terceiro, com 2h21m32s.

Com a vitória desta segunda-feira, Peres se tornou a primeira atleta a vencer uma maratona olímpica (Tóquio-2021), a Maratona de Nova York 2021 e a Maratona de Boston.

Homenagem aos 50 anos da inclusão das mulheres

Das oito mulheres que terminaram a Maratona de Boston de 1972, a primeira que teve a participação oficial feminina, cinco estiveram presentes na prova, incluindo a vencedora há 50 anos, a americana Nina Kuscsik. A primeira mulher a terminar a Maratona de Boston foi Bobbi Gibb, que correu pela primeira vez em 1966 entre os corredores não oficiais conhecidos como “bandidos”.

Tributo ao irmão morto no atentado na prova de 2013

Entre as 28 mil historias dos maratonistas que cruzaram a linha de chegada da Maratona de Boston, uma tinha um ligação muito forte com o local. Henry Richard, de 20 anos, é o irmão mais velho de Martin Richard, uma das vítimas fatais do atentado na prova, em 2013.

Como nome de Martin escrito no braço direito, Henry, que participou de uma maratona pela primeira vez, cruzou a linha de chegada ao lado da mãe Denise e da irmã Jane, que o esperavam a poucos metros do fim.

Henry fazia parte da equipe de corredores representando a Fundação Martin Richard, que trabalha para promover os valores de inclusão, bondade, justiça e paz.

Henry, que terminou a prova em 4h02m20s, disse que a corrida durou “anos” e ele sabia que o irmão estava cuidando dele.

“Estou tão feliz por finalmente estar aqui”, disse ele. “Tanta emoção. Eu sei que Martin estaria fazendo isso comigo… eu fiz isso por nós dois.”

E ele disse que esta não será sua última vez correndo a maratona, pois planeja fazê-lo novamente no futuro.

“Eu amo esta cidade e não poderia estar mais grata a eles.” (Iúri Totti)

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."