Trinta e quatro cidades no mundo abrigaram no último domingo (8/5) a terceira edição da Wings for Life World Run. A corrida global, organizada pela fundação Wings for Life, que tem como objetivo encontrar a cura para a lesão na medula espinhal, contou com a participação de 130 mil pessoas de 203 nacionalidades, que correram um total de 1.255.000km. Em 2015, foram 101 mil corredores.Todo o valor arrecadado com as inscrições da prova (cerca de 6,6 milhões de euros) foi revertido para pesquisas sobre a doença.
O inglês Thomas Payn venceu a Wings for Life em Brasília. Foto de Marcelo Maragni/DivulgaçãoCom um formato diferente, a Wings for Life não tem linha de chegada. As largadas nas 34 cidades, com 12 fusos horários diferentes, aconteceram ao mesmo tempo, sendo que em Brasília, que pelo segundo ano sedia a prova no Brasil, a saída foi às 8h. A dinâmica da prova faz com que os corredores larguem e, meia hora depois, um carro sai e vai eliminando os atletas que forem sendo ultrapassados. O último a ser alcançado é o campeão.
Entre as quase quatro mil pessoas inscritas em Brasília, o britânico Thomas Payn foi o campeão, após ser ultrapassado pelo carro do piloto de Stock Car Cacá Bueno no Km 57, depois de um duelo muito acirrado com o brasiliense Kenny Souza. Payn, campeão da Wings For Life World Run no Reino Unido em 2015, escolheu correr no Brasil este ano.
“Foi incrível, mas muito, muito difícil. Fiquei muito feliz com a vitória, especialmente porque foi uma corrida muito disputada e muito difícil para mim”, disse Payn, que conseguiu ultrapassar Souza pouco antes do carro de Cacá Bueno alcançá-lo.
“Eu não esperava correr tanto. Minha meta era parar nos 40km, mas fui indo, e a torcida me deu muita força. Acabei disputando o título até o fim. Mas tive a estratégia errada de acelerar no momento errado, e aí o Thomas me passou depois”, comentou Kenny, que completou 56,38km.
No feminino, a curitibana Letícia Saltori venceu após 51 km. A corrida no Distrito Federal ainda contou a participação do triatleta Igor Amorelli, da ultramaratonista Fernanda Maciel, dos surfistas Carlos Burle, Pedro Scooby e Lucas Fink, e do skatista Sandro Dias. Todos correram pelo menos 10 km.
O grande vencedor da Wings for Life World Run foi o italiano Giorgio Calcaterra, que correu 88,4km em 5h30m, em Milão, na Itália, obtendo o melhor tempo nas três edições. O recorde anterior era do queniano Lemawork Ketema, com 79,9 km, no ano passado. O segundo colocado mundial foi o polonês Bartosz Olszewski, que completou 82,4km nas Cataratas do Niágara, no Canadá. Entre as mulheres, quem venceu a corrida global foi a japonesa Kaori Yoshida, com 65,7km, em Takashima, no Japão.
As inscrições para a prova de 2017, no dia 7 de maio, já estão abertas.
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”