Amy Purdy ganhou as manchetes e os holofotes do mundo ao dançar na Cerimônia de Abertura das Paraolimpíadas do Rio, no dia 7 de setembro, ao lado de um robô articulado, no Maracanã. Na semana passada, a snowboarder americana, que tem as duas pernas amputadas e já fez um transplante de rins, foi internada por causa da rabdomiólise, uma grave doença que ocorre devido a uma lesão muscular, que vai ocasionar a morte das fibras musculares, que liberam toxinas para a corrente sanguínea. Esse processo pode afetar principalmente os rins, que não conseguem remover os resíduos concentrados na urina. Em casos raros, a rabdomiólise pode até causar a morte. No entanto, o tratamento imediato muitas vezes traz bons resultados.
A seguir, o relato que Amy Purdy publicou em sua página no Facebook esta semana.
Ei amigos! Eu gostaria de informá-los sobre os últimos dias da minha vida. Estou no quarto dia no hospital depois de desenvolver uma doença muito grave, chamada rabdomiólise.
Você deve pesquisar e ler sobre isso, é uma loucura. A rabdomiólise pode ocorrer quando você sobrecarrega um grupo muscular e o músculo começa a se deteriorar, liberando toxinas em sua corrente sanguínea. Isso pode danificar rápida e seriamente os rins e, como a maioria de vocês sabem, sou transplantada de um rim. Isso era uma grande preocupação.
Eu tenho treinado para a temporada de snowboard e, na semana passada, peguei pesado. A A rabdomiólise apareceu sem dar sinais. Eu fazia uma série de flexões muito forte. Meus músculos ficaram um pouco dolorido por um dia, nada demais. Mas, então, eu notei um pouco de inchaço no meu braço. Como eu tive um amigo internado nessas mesmas condições no ano passado, corri para o pronto-socorro. Lá eles confirmaram a rabdomiólise. Estou há uma semana ligada em máquinas para filtrar meu rim.
É tão louco. Pensar que você está fazendo um bem para seu corpo, então, de repente, tem uma doença potencialmente fatal. É assustador e grave. Fui abençoada, pois meu rim permaneceu forte. Eu também tive sorte em ir imediatamente para o pronto-socorro. S eu tivesse esperado mais algumas horas, minha situação poderia ter sido crítica. Dito isto, minhas taxas estão se normalizando. Isso vai levar algum tempo para se recuperar.
Eu queria compartilhar isso com todos vocês porque acredito que as redes sociais devem dar uma visão em nossas vidas e na vida nem sempre tem coisa bonita. Além disso, quero informá-los sobre este distúrbio que pode acontecer a qualquer um. Você tem que ouvir o seu corpo. Quando ele está dizendo para parar .. Pare! Meu médico disse que todos nós temos um ponto de ruptura. Precisou acontecer comigo para eu encontrar o meu. Vou compartilhar atualizações regulares da minha recuperação.
Obrigado amigos pelo amor e apoio. :)”
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”