Numa navegada pelas notícias do mundo das corridas, encontro no site Sua Corrida um texto bastante interessante da médica Ana Gandolfi, neurocirurgiã especializada
em neurocirurgia do esporte, sobre correr após os 50 anos. Vale ser compartilhado.
APROVEITE OS BENEFÍCIOS DA CORRIDA APÓS OS 50 ANOS
O exercício protege a saúde, turbina a capacidade cerebral e ajuda a manter os músculos e os ossos fortes
“A corrida é um esporte que não tem idade. Ela pode ser praticada por quem está com 15, 20, 30, 40, 90 anos… E as pessoas que já passaram dos 50 ganham muito com a atividade física nessa fase vida. É sabido que fazer exercícios regularmente promove a saúde e serve como um importante meio de prevenção de doenças. Correr, por exemplo, melhora o funcionamento do sistema cardiovascular (o que inibe doenças como infarto e AVC), evita a obesidade e garante muitos benefícios psicológicos.
Cérebro a todo vapor
Pesquisa realizada pela Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo, indica que o exercício é capaz de melhorar funções do cérebro e aumentar a qualidade de vida de pessoas com algum tipo de demência. Outro estudo, publicado na revista PLOS Biology, apresenta mais provas da força do exercício. Cientistas do The Jackson Laboratory (EUA) viram que correr regularmente reduzi mudanças na estrutura cerebral relacionadas ao envelhecimento e pode até levar ao surgimento de novos neurônios. Ainda não se sabe qual é o impacto desses nova células na capacidade funcional do cérebro. Porém, somente o fato de a corrida induzir a formação delas já é uma excelente notícia.
Músculos e ossos fortes
A sarcopenia (perda de massa magra) e a osteoporose são muito comuns na terceira idade, principalmente em sedentários. Se você começar a correr (ou continuar correndo) após os 50 anos, pode evitar esses problemas. Isso porque, o esporte de alto impacto estimula a construção da massa óssea e também muscular.
Frequência e intensidade dos treinos
Atualmente, é comum encontrarmos pessoas com 70 anos ou mais participando de provas de 5 km, 10 km, 21 km e até maratonas! E elas conseguem completar esses percursos muito bem, mesmo sofrendo com a diminuição da energia aeróbia em torno de 5% a cada década de vida após os 40 anos. Uma coisa fundamental é saber que nessa faixa etária a qualidade do treinamento é mais importante do que a quantidade. Você precisa respeitar seu corpo que, devido ao desgaste natural, começa a necessitar de um tempo maior de recuperação. Para iniciantes, muitas vezes, caminhar/correr duas vezes por semana já é suficiente.
Tanto a frequência quanto a intensidade do exercício variam de pessoa para pessoa e podem ser aumentadas conforme o condicionamento evolui. O que nunca muda é a necessidade de uma orientação profissional especializada para realizar os exercícios, pois o risco de lesões nessa faixa etária tende a ser grande. O ideal é você procurar um médico periodicamente para avaliar se está tudo bem com sua saúde e determinar limiares seguros para o esporte. Já o treino deve ser elaborado e monitorado por um educador físico. Assim, é possível seguir correndo por mais 20, 30 ou, por que não, 50 anos.
NOVE CUIDADOS BÁSICOS PARA CORRER APÓS OS 50
- Faça check-ups médicos regularmente (a cada seis meses ou um ano).
- Busque orientação de um profissional de educação física para realizar os treinos.
- Mantenha uma alimentação equilibrada e adequada para as necessidades do seu organismo (para isso, é importante se consultar com uma nutricionista).
- Respeite os limites do corpo. A qualquer sinal de dor, tontura ou mal-estar, procure um médico.
- Beba água ao longo do dia e também durante o treino, para ficar bem hidratado.
- Procure correr em percursos que não possuem muitos obstáculos ( buracos, degraus, pedras etc.)
- Evite fazer atividades físicas nas horas mais quentes do dia (entre 10h e 18h).
- Inclua no seu treino exercícios que contribuem para o ganho de força e equilíbrio.
- Prefira sempre correr acompanhado. Além de ajudar a construir novas amizades, isso é bom para sua segurança.
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”