O britânico Alistair Brownlee tornou-se o primeiro atleta a vencer duas medalhas de ouro consecutivas no triatlo dos Jogos Olímpicos. Para completar a festa em família, o irmão Jonathan ficou com a prata, em prova disputada sobre forte calor na praia de Copacabana, na quinta-feira passada (18).
Alistair, ouro também em Londres 2012, terminou a desafiante prova em 1h45min01s, com o irmão Jonathan seis segundos atrás. Henri Schoeman, da África do Sul, conquistou o bronze em 1h45min43s.
Até então, somente um triatleta, o neozelandês Bevan Docherty, havia conquistado duas medalhas Olímpicas: prata em Atenas 2004, bronze em Pequim 2008.
Os irmãos britânicos dominaram do começo ao fim a prova, com 1,5km de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida. Com a liderança confortável, Alistair se deu ao luxo de diminuir o ritmo na reta final e caminhar lentamente até a linha de chegada.
“Eu estava confiante, nós treinamos até o nosso limite. Eu sabia que tinha boa vantagem, então diminuí o ritmo no final e aproveitei”, disse o bicampeão Olímpico. “É incrível. Nós queríamos ouro e prata quatro anos atrás. Agora finalmente conseguimos”.
“Quando o Jonny cruzou a linha final, eu disse a ele: ‘Conseguimos’. Nós dois tivemos anos bem duros. Ver seu irmão menor cruzar a linha alguns segundos depois de você é fenomenal. É muito gratificante”.
Jonathan estava radiante com a prata. “Normalmente eu não fico emocionado, mas hoje eu estou. Foi duro”, disse ele. “Estou acostumado a ser derrotado pelo Alistair, mas agora fui melhor do que em Londres, quando conquistei o bronze. Na verdade, tenho treinado um pouco melhor do que ele. Se tivesse a chance de um sprint no final, poderia vencer. Talvez daqui a quatro anos, quando ele estará mais velho, mais lento e grisalho”, brincou o irmão menor.
O trajeto no Rio combinou perfeitamente com os irmãos, devido à dureza das três provas. Segundo Jonny, “o mais forte e completo triatleta venceria hoje”. E foi o que, na opinião dele, de fato aconteceu.
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”