Não importa quantas provas você já correu e os anos de experiência em corridas de diversos formatos e distâncias, o friozinho na barriga sempre aparece quando a contagem regressiva vai chegando perto do dia da largada. Estou preparado? Treinei o suficiente? são perguntas que vão e voltam nesse período de TPM (Tensão Pré-Maratona). Neste sábado (2/9), em Santa Catarina, pela terceira vez, vou participar, como embaixador, da Mizuno Uphill Marathon, entre Treviso e Bom Jardim da Serra, com a Serra do Rio do Rastro e suas 256 curvas nos quilômetros finais.
Imagens da Mizuno Uphill Marathon de 2013
Cumpri 95% da planilha elaborada por Marcius Duarte, da Runners Club, mas só saberei se tudo deu certo quando, primeiro, passar pelo Km 24 antes do prazo determinado para corte, de 3 horas, e cruzar a linha de chegada. Apesar da ansiedade e do friozinho na barriga, estou confiante.
https://www.youtube.com/watch?v=jkZixsKvOx4
Tive duas experiências distintas nessa prova. Na primeira edição, em 2013, eu era um dos 50 convidados (neste sábado, serão 1.500 corredores nos 42km e nos 25km) da Mizuno e da X3M, empresa idealizadora e organizadora da prova, para “desbravar” a primeira maratona de subida do Brasil. Como tinha acabado de correr a Maratona de Chicago, fui na cara e na coragem para Treviso. Consegui passar pelo corte, mas sofri muito para subir a serra. Foi duro, mas consegui. Cruzei a linha de chegada em último lugar, ao lado da querida Yara Achôa. Abraçados, choramos de alegria pela conquista.
No ano seguinte, em 2014, estava mais preparado. A Mizuno Uphill Marathon foi a primeira das três maratonas que fiz em 28 dias, incluindo, nesse período, a Maratona de Nova York e a K42 Series Adventure Marathon, em Vila la Angostura, na Argentina. Ao contrário de 2013, que teve muita névoa, a segunda edição teve chuva e vendaval. O vento era tão forte que nos impedia de correr em linha reta no alto da serra e, no momento em que cruzei o pórtico de chegada, ao lado do parceiro Kadu Costa, o banner estourou com a força da ventania.
Chegada da Mizuno Uphill Marathon em 2014, com Kadu Costa
Como a corrida é “uma caixinha de surpresas” e “treino é treino, jogo é jogo”, vou largar com o objetivo de fazer a prova em até 5h, curtir muito o percurso, absorver a energia da prova e sofrer pouco. Mas só saberei isso depois do 42º quilômetro.
Boa prova
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”