Do Corredores Anônimos, de Portugal
Na qualificação norte-americana para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro para os 10.000 metros, um nome foi o foco das atenções: Noah Droddy. Tudo devido ao seu aspecto, “fora da curva” no esporte, e o seu resultado (duas voltas e três minutos atrás do vencedor, Galen Rupp). No último domingo (19/3), muitos voltaram a se surpreender com ele, mas agora por bons motivos: alcançou 1h01m48s na Meia Maratona de Nova Iorque. Com o mesmo aspecto…
Bigode à antiga, cabelos longos. Ninguém fica indiferente a particular imagem de Droddy, ainda mais numa corrida decisiva como aconteceu no ano passado durante o trial norte-americano. Até então desconhecido, acabou por se tornar o foco das câmaras de TV, ainda mais quando terminou sua eliminatória no último lugar. Droddy sentiu na pele o que era um dia menos positivo, quando tudo corre pelo pior.
Entretanto, apesar da desqualificação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o até então desconhecido Droddy tornou-se uma celebridade, sendo motivo inclusive de duas matérias na prestigiada “Runner´s World”, feito que muitos corredores de renome não conseguiram nas suas carreiras.
Mas isso não satisfazia Noah Droddy, que desejava “limpar” esportivamente seu nome, já que era um corredor acima da média e poucos sabiam disso, após o seu fiasco nos trails.
A “limpeza” aconteceu precisamente no último domingo, na Meia Maratona de Nova Iorque, quando alcançou o sétimo lugar da prova, com o tempo de 1h01m48s, levando para casa um cheque de cerca de US$ 1 mil (ganhou, há pouco tempo, US$ 10 mil pós terminar em segundo nos USATF 10 Mile Championships).
Segundo o site flotrack.org, esta foi a melhor Meia Maratona de Droddy, que,a partir de agora, é o 25º melhor corredor da distância nos Estados Unidos. No total, Noah Droddy disputou sete meias maratonas.
E com o mesmo aspeto apresentado no verão passado…
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”