O incrível Sergio Trecaman, o argentino campeão dos 130km da Patagônia Run

San Martin de Los Andes – Argentina
Iúri Totti viajou a convite dos organizadores da Patagônia Run
O número de peito 1 e o assédio de outros corredores já diziam que aquele argentino esguio merecia atenção. Sempre atencioso, ele era solicitado para selfies por onde passava. Sergio Trecaman, de 39 anos, é um dos melhores corredores de montanhas das Américas, que chegou em San Martin de Los Andes, na Argentina, para a primeira edição dos 130km da Patagônia Run como favorito. E confirmou, com sobras. Na estreia do percurso em uma das principais provas de trail do continente, que reuniu cerca de 2000 corredores em seis distâncias – além dos 130km , tinha 100km, 70km, 42km, 21km e 10km – Trecaman marcou incríveis 15h45m08s, chegando com uma diferença de 1h03m44s do segundo lugar, o  também argentino Luis Emilio Trijulo, com 16h48m52s. Nelson Ortega, outro argentino, ficou em terceiro, com 16h49m55s. Os melhores brasileiros foram os curitibanos Tony Moraes e Eder Tsuyoshi Neves Morimoto, que cruzaram a linha de chegada juntos, com o tempo de 21h50m, ficando na 16ª e 17ª colocação geral..

Sergio Trecaman comemora o título dos 130km da Patagônia Run. Foto de divulgação

Entre as mulheres, a campeã foi a argentina Claudia Veronica Ramirez, com o tempo de 16h51m43s, seguida pelas compatriotas Maira Mardones, com 18h08m54s, e Adriana Vanesa Vargas, com 18h23m39s. Naoko Sakagawa Kuriyama foi a única brasileira a correr os 130km, com o tempo de 26h45m56s, terminando na oitava colocação geral.

Dos 140  ultramaratonistas inscritos para os 130km – 122 homens e 18 mulheres -, 80 completaram a prova no limite estipulado pela organização, de 28 horas. Outros 39 abandonaram em algum ponto do percurso e 14 não largaram. Dos 500 brasileiros que correram a Patagônia Run, doze participaram desta distância.

Sergio Trecaman comemora sua vitória na Patagônia Run. Foto de divulgação

– Estou feliz por ganhar novamente a Patagônia Run, uma corrida tão importante e tão dura. Me preparei bastante e, como digo, além de estar bem fisicamente, tem que estar bem de cabeça – afirmou Trecaman, da cidade de Esquel, a mesma da campeã feminina, tricampeão na Patagônia Run, com dois títulos nos 120km e agora um nos 130km.

Experiente em corridas de montanha, Trecaman explica como se comportou nas trilhas da Patagônia Run.

– Quando se passa várias horas e vários quilômetros correndo, você começa a trabalhar muito mais a mente do que o corpo. Por sorte, estava mentalmente bem, apesar de ter saído com um ritmo mais lento e ter perdido a liderança da prova. Me acomodei neste ritmo, mas a partir do km 40, recuperei a ponta e impus o ritmo que estou acostumado. Pude sustentar esse pace até o fim – comentou o melhor argentino de trail, que divide sua vida de corredor com a de cozinheiro na província de Chubut. – Agora é descansar e curtir essa vitória. Vou começar a pensar se vou correr em Aisen, no Chile, de 60km, que já venci. Também tem chegado convites para correr no Peru, no Brasil, que vou estudar.

Largada dos 130km da Patagônia Run. Foto de divulgação

Nos 100km, com 257 corredores inscritos – 213 homens e 44 mulheres -, o pódio também foi argentino. O campeão foi Dardo Emmanuel Ocampo, com o tempo de 13h54m39s, seguido por Mariano Javie Garcia, com 14h17m20s, e por Cristian Andres Rivera, com 14h27m13s. No feminino, a vitória foi da argentina Nelsa Maria Valenzuela, em 16h14m03s. Para acabar com a hegemonia argentina nos pódios, a chilena Pamela Rubilar foi a segunda colocada, em 16h29m46s. Em terceiro lugar ficou a também argentina Graciela Noemi Madrussan, em 16h46m37s. Entre os 27 brasileiros inscritos nesta categoria, cinco não completaram e outros cinco não largaram, segundo a lista de resultados divulgada pelos organizadores. O melhor brasileiro, na 20ª colocação geral, foi o catarinense Díner Marion, com 17h32m50s. Em 21º, quatro minutos depois, chegou o carioca Carlos Andre Fróes, com 17h36m49s.  A melhor brasileira foi a carioca Maria Silvia Resende Barroso, na nona colocação geral, em 19h03m18s. A também carioca Linda Akemi Suzuki, com 19h46m33s, foi a segunda melhor brasileira, ficando na 12ª colocação. Outra brasileira a completar os 100km foi a paulista Karine Parussolo, com 20h46m11s, na 23ª posição. Duas brasileiras não completaram e uma não largou.
A chegada dos 70km foi a mais emocionante da edição 2016 da Patagônia Run. A diferença entre os três primeiros foi de 12 segundos. O campeão foi o argentino Yango Rodriguez, com 8h12m18s, seguido pelo carioca Rafael Sodré, com 8h12m23s, e pelo compatriota Santos Gabriel Rueda, com 8h12m24s. De um total de 227 corredores desta categoria, 35 eram brasileiros e 17 brasileiras, com dois não completando e dois não largando.

–  Leia o relato de Rafael Sodré nos 70km da Patagônia Run

No feminino, a vitória foi da campineira Cyntia Terra, com 9h03m58s, deixando em segundo lugar a chilena Amber Philp, com 9h54m36s, e a argentina Maria Cripovich, com 9h57m02s, em terceiro.

Corredor em um trecho da Patagônia Run. Foto de divulgação

Nos 42km, com 455 inscritos – sendo 265 homens e 190 mulheres -, o campeão foi o local Mathias Chazarreta, em 3h59m07s. Os também argentinos Maximiliano Lopez, em 4h04m51s, e  Mariano Dominguez, em 4h24m45s, terminaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. O melhor brasileiro foi o catarinense Mauro Lunardi, em
4h54m27s, ficando na 12ª colocação geral. O Brasil teve 62 representantes masculinos inscritos, com um deles não terminando e quatro que não largaram.
Entre as mulheres, a campeã dos 42km foi a chilena Claudia Contreras, com 4h58m00s, seguida pelas argentinas Marcela Alejandra Carabajal, com 5h05m51s, e Claudia Mariela Bosso, em 5h08m27s. Das 190 mulheres inscritas, 49 eram brasileiras. A melhor delas foi a paranaense Ana Terezinha Zottis Demarco, com 5h22m35s, terminando na sétima colocação geral.
No 21km masculino, o campeão foi o chileno Felipe Andres Contreras Medina, que cruzou a linha de chegada em 1h43m53s. Em segundo lugar ficou o argentino Hugo Nestor Quintulen, em 1h47m53s, e, em terceiro, o também chileno Juan Pablo Vargas, em 1h51m53s.  Dos 578  inscritos – sendo 302 homens e 276 mulheres -, 94 era brasileiros e 82 brasileiras. O brasileiro mais rápido foi o fluminense Da Guerrero Mercado, em 2h04m41s, na oitava colocação geral. A brasileira mais bem colocada foi Adriana Diez, em 2h40m28s, na 52ª colocação geral.
Nos 10km, o argentino Marcos Painemilla, com 52m43s, foi o campeão entre 137 corredores. O também argentino Diego Bilbao, com 54m36s, foi o segundo colocado e o paulista Edicarlos da Silva Rodrigues, com 54m58s, foi o terceiro. Das 227 mulheres inscritas, a vencedora foi a argentina Lea  Pichimil, com 1h05m43s, seguida pela compatriota Clarisa Rios, com 1h06m54s, e pela chilena Maria Jose Schonhaut Holmes, com 1h14m36s. A melhor brasileira foi a carioca Márcia Scaf, com 1h21m18s, terminando na 14ª posição entre as mulheres e na 54ª geral.
Leia o relato de Edicarlos da Silva Rodrigues nos 10km da Patagônia Run
Leia também o relato de Rodrigo Câmara do Vale nos 100km

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."

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  1. Ver a chegada de ultramaratonistas da Patagônia Run 2016 é de chorar, literalmente, de emoção – Blog do Iúri Totti
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