Lilian Priscila Leonel de Lima fez uma surpresa ao marido José Eraldo Lima. O inscreveu na Wings For Life World Run, que aconteceu pela primeira vez no Rio de Janeiro, no dia 6 de maio. Surpreso e ao mesmo tempo agradecido pela oportunidade de participar de uma prova que tem como objetivo angariar fundos para pesquisas pela cura da lesão medular.
“Quando tem alguém que acredita em você é muito bacana”, disse o campeão ao “O Diário”, de Maringá, onde mora. “Senti que ali tinha alguém que acreditava e foi nesse momento que comecei a me preparar. Ela ter feito a inscrição foi de grande importância para mim.
Corredor é alcançado e eliminado pelo carro pegador da Wings For Life World Run no Viaduto do Joá. Foto de divulgação
Sem nunca ter corrida mais de 42km, a estratégia de José Eraldo foi manter um ritmo conservador o tempo todo para correr os 63,7km, novo recorde da prova no Brasil, entre o Recreio dos Bandeirantes, local da largada, e o Centro do Rio, onde o carro perseguidor, que ia eliminando os corredores ao ultrapassá-los. Essa é uma particularidade dessa prova que não tem linha de chegada e declarando vencedor o último a se alcançado. José Eraldo foi o 12º mais bem classificado do mundo.
“A Wings For Life World Run é uma prova incrível, com uma proposta muito bacana. Vencer no Rio foi maravilhoso. Foi uma prova de muita importância para a minha carreira. Cada quilômetro e cada passo foram especiais. Eu nunca tinha corrido mais do que 42 km, mas resolvi me preparar para mais de 60 km, e consegui”, afirma José Eraldo, que no ano passado foi campeão da Mizuno Uphill Marathon, na Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina. Como prêmio pela conquista, José Eraldo poderá escolher correr a sexta edição da Wings For Life World em alguma das cidades que sediarão a prova em 2019.
No feminino, a vitória foi da eslovena Miha Dobravec, campeã em sua terra natal no ano passado, levou o troféu entre as mulheres que correram no Brasil, com 48.1km.
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Fazendo parte do circuito global da Wings For Life World Run pela primeira vez, o Rio contou com a participação de 4 mil corredores, que se juntaram aos outros 100 mil atletas que correram por quem ainda não pode correr em 66 países. O campeão global foi o sueco Aron Anderson, que se tornou bicampeão ao percorrer, de cadeiras de rodas mundial da prova, 89,85km na Flórida, nos Estados Unidos, em cinco horas e meia de prova – em 2017, ele venceu com 92km. Entre as mulheres, a campeã foi a portuguesa Vera Nunes, que correu 53,78km em Munique, na Alemanha.
O sueco Aron Anderson, que, de cadeiras de rodas, conquistou o bicampeonato mundial da Wings For Life World Run, após percorrer 89,85km na Flórida, nos Estados Unidos, em 5h30m
“Estou muito feliz. Essa corrida é incrível. É muito importante levantar fundos para as pesquisas da lesão medular. Isso realmente faz a diferença. Então muito obrigado a todos que ajudaram a causa”, afirmou Anderson, que correu utilizando sua cadeira de rodas do dia a dia.
Atletas e personalidades brasileiras também se juntaram à causa e correram no Rio de Janeiro, como o embaixador da prova e paratleta Fernando Fernandes, a ex-ginasta Laís Souza, o triatleta Igor Amorelli, o surfista de ondas grandes Carlos Burle, o jogador de vôlei Bruninho e o ator Bruno Gagliasso.
A quinta edição da Wings for Life World Run arrecadou € 3 milhões para as pesquisas da cura da lesão na medula espinhal. A data para a próxima prova já definida. Será em 5 de maio. No Brasil, Florianópolis foi a primeira cidade a receber a prova , em 2014, e Brasília recebeu de 2014 a 2017.
Para receber notícias sobre abertura de inscrições e acompanhar os resultados de 2018, acesse www.wingsforlifeworldrun.com.
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”