Ronaldo da Costa surpreendeu o mundo ao vencer, em 1998, a Maratona de Berlin, uma das mais importantes do mundo, e ainda cravar o novo recorde mundial, com o tempo de 2h06m05s. Esse mineiro de Descoberto, hoje com 45 anos, superou a marca do etíope Belayneh Dinsamo, de 2h06m50s, na Maratona de Roterdã, na Holanda, que durava dez anos. Para comemora, logo depois de cruzar a linha de chegada, Ronaldo deu duas estralas e uma sambadinha.
Ronaldo da Costa com sua medalha de Berlin. Foto: Revista Contra-relógio.
Por causa desta conquista, Ronaldo, na próxima segunda-feira (16/5), será um dos condutores da Tocha Olímpica quando o revezamento do símbolo olímpico passar por Brotas, no interior de Minas Gerais, a 40km de sua terra natal.
Indicado por dois amigos na campanha de condutores do Bradesco, Ronaldo foi selecionado para conduzir a tocha:
“Esse momento vai ser mais difícil que uma maratona, serão 200 metros inesquecíveis. Será um momento de muita paz e alegria, não tenho nem como descrever.
A marca do brasileiro foi superada em 1999 por Khalid Khannouchi, que correu a Maratona de Chicago em 2h05m42s, diminuindo em 23 segundos o recorde de Ronaldo da Costa. Após a vitória, o marroquino Khalid conseguiu a cidadania americana e, em 2002, melhorou seu tempo nos 42km, desta vez em Londres, em 2h05m38s.
De 2002 até hoje, o recorde na maratona já foi batido seis vezes. E sempre em Berlin. Após Khalid, foi a vez do queniano Paul Tergat, pentacampeão da Corrida de São Silvestre, correr os 42km para 2h04m55s, em 2003. Em 2007, o etíope Haile Gebrselassie marcou 2h04m26s, repetindo o feito no ano seguinte com 2h03m59s. Esse recorde durou três anos, quando o queniano Patrick Makau baixou para 2h03m38s. O também queniano Wilson Kipsang, em 2013, passa a ser o maratonista mais rápido com 2h03m23s. O atual recordista também é queniano. Dennis Kimetto tem 2h02m57s, obtido em 2014.
Ronaldo apareceu no cenário nacional em 1994, quando foi o terceiro colocado no Mundial de meia maratona, em Oslo. No mesmo ano, venceu a prova de São Silvestre, em São Paulo. Antes, era bóia-fria. No ano seguinte, foi medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata, na Argentina, na disputa dos 10 mil metros. Ronaldo ainda disputou os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, mas não conseguiu passar das eliminatórias.
Atualmente, Ronaldo trabalha em Brasília, em um projeto do Instituto Joaquim Cruz. Sua função é descobrir novos talentos para o atletismo.
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”