As ruas de Londres têm um novo rei

O queniano Kiptum venceu a Maratona de Londres com 2:01:25, recorde da prova e segundo melhor tempo da história
O queniano Kiptum venceu a Maratona de Londres com 2:01:25, recorde da prova e segundo melhor tempo da história

Essa semana não foi boa para Eliud Kipchoge. Após decepcionar na Maratona de Boston, na última segunda-feira (17), quando ficou em sexto lugar, apesar de todo favoritismo colocado em seus pés, o melhor maratonista da história, que deu a largada da Maratona de Londres, neste domingo (23), viu sua coroa de rei das ruas londrinas passar para a cabeça do compatriota Kelvin Kiptum.

Aos 23 anos, Kiptum venceu a prova com 2:01:25. Essa é a segunda melhor marca do mundo, a 16 segundos do recorde mundial de Kipchoge, e, por conseguinte, pulverizou o melhor tempo do percurso em 1:12, que pertencia a lenda do atletismo. O desempenho de Kiptum pelas ruas londrinas já levantou especulações sobre ele estar pronto para ameaçar Kipchoge em um futuro próximo.

Campeão da Maratona de Londres surpreende em Valência

Kiptum já tinha impressionado em sua estreia em maratonas. Há cinco meses, ele foi o estreante mais rápido de todos os tempos ao marcar 2:01:53 em Valência, na Espanha. Agora, além da vitória em Londres, ele é o primeiro corredor a correr os 42km da capital britânica em menos de 2h02, superando as 2:02:37 de Kipchoge, em 2019, último recorde do percurso.

Bicampeão da Maratona de Nova York, o também queniano Geoffrey Kamworor foi o segundo colocado, com 2:04:23, sua melhor marca. O terceiro colocado foi o etíope Tamirat Tola, com 2:04:59.

Holandesa também impressiona ao vencer em Londres

Quem também teve um desempenho impecável foi a holandesa Sifan Hassan, que estreava na prova londrina. Campeã mundial em provas de 1.500m a 10.000m, ela venceu a Maratona de Londres com o tempo de 2:18:33, recorde de seu país na distância. Hassan, de 30 anos, é dona de vários títulos mundiais e olímpicos dos 1.500m aos 10.000m.

Hassan fez uma prova de recuperação. Enquanto atletas como a campeã olímpica Peres Jepchirchir, do Quênia e a campeã londrina do ano passado Yalemzerf Yehualaw, da Etiópia, avançavam na liderança, a holandesa teve que parar para se alongar, ficando para trás. Apesar do desconforto, ela conseguiu chegar no pelotão de frente faltando cerca de 10km para o final. No quilômetro final, com Yehualaw sem condições de se manter no pelotão, Hassan continuava pressionando a etíope Alemu Megertu e Jepchirchir. A experiência nas pistas fez com que a holandesa apertasse o ritmo para vencer a prova.

“Não acredito que terminei, muito menos que ganhei”, disse ela, em estado de choque depois do resultado, já que antes da prova ela falou que estava com medo da maratona, não sabendo se ia terminar ou não. “Não acredito que terminei uma maratona. Eu coloquei muita pressão sobre mim. Eu sou tão estúpida para jogar esse tipo de jogo. O que eu estava pensando, correndo uma maratona? Eu nunca choro, mas esta manhã eu estava chorando!”

A chegada foi tão apertada que a diferença entre a campeã e terceira colocada, Jepchirchir, foi de cinco segundos. Enquanto Hassan fechou em 2:18:33, Megertu, a vice-campeã, marcou 2:18:37 e Jepchirchir, 2:18:38.

Link para os resultados da Maratona de Londres

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."