Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 3

Correr é um excelente exercício para o cérebro
Correr é um excelente exercício para o cérebro

A explicação de neurocientistas ao relacionar criação de neurônios às corridas
É sempre perceptível que, após uma longa corrida, a mente esteja mais apta e capacitada a novas informações. Mas não só isso, como também uma reflexão mais precisa dos problemas diários e o encontro de soluções para algo que tanto insiste em incomodar. A corrida relaxa. E isso não é ouvido apenas de uma boca, mas sim de inúmeros corredores que costumam buscar a corrida para “libertar a mente”, aguçar o cérebro e potencializar a consciência.
Entretanto, tudo isso sempre passou por uma suposição. Sem embasamento científico, estas propriedades mentais positivas findavam apenas opinião de quem corria e sentia-se bem com a prática. O passado ficou para trás. No presente, aparentemente, a prova de que a corrida está completamente relacionada à melhoria da capacidade cerebral parece estar tomando os laboratórios de neurociência que estudam e se aprofundam no tema que relaciona neurônios, corrida e atividade cerebral.
Novos neurônios sendo criados por quem adota a corrida como atividade rotineira
Por anos aceitou-se a hipótese de que o ser humano nasce com uma quantidade permanente de neurônios. Além disso, a afirmação ainda condizia que, ao chegar à fase adulta, novos neurônios deixariam de surgir. Uma hipótese que até se tornou teoria, mas que provou-se como falsa. Pesquisas realizadas utilizando animais, por exemplo, constataram que novos neurônios são continuamente produzidos no cérebro, não importando a idade.
Mas muito além disso, um dos fatores que podem ser significantes para o surgimento de neurônios – e assim a potencialização da capacidade cerebral – é a realização de exercícios aeróbicos, sobretudo a corrida. Segundo levantamento realizado em pesquisa pela Academia Americana de Neuropsicologia Clínica, é possível estimular o crescimento de novos neurônios apenas através de uma corrida. A alta intensidade dedicada a uma corrida de 30 minutos, por exemplo, desencadeia o surgimento de novas células cerebrais.
Auxiliando nos aspectos de melhoria da capacidade neural, a corrida pode, ainda, estimular a recuperação de abatimentos ou sentimentos negativos mais rapidamente. Sendo fundamental como forma de superar qualquer tipo de adversidade.
Superando traumas e contornando emoções negativas
Emily Bernstein (PhD em ciência oncológica) e Richard McNally (Professor de Psicologia na Universidade de Harvard) conduziram um estudo que verificou como a corrida poderia ser um braço direito no tratamento de emoções negativas; como um mecanismo de superação de traumas ou da negatividade findada que possa se desenvolver.
Bernstein teve como motivação do estudo o fato de ser uma corredora rotineira, admitindo que nota o sentimento de positividade que invade seu corpo enquanto corre e também após o exercício. O estudo, dessa forma, serviu para que fosse descoberto o efeito causador do estímulo positivo gerado sobre as pessoas que praticam exercícios aeróbicos. Propondo analisar a forma que o corpo e a mente reagem após uma corrida, as emoções seriam, em princípio, analisadas como o fator principal do estudo. Os voluntários da pesquisa foram submetidos a alongamentos, enquanto o outro grupo foi estimulado a correr durante 30 minutos, e, após isso, todos assistiriam à cena que encerrava o filme ‘O Campeão’, de 1979.
Notou-se que os participantes que haviam corrido se recuperaram de maneira mais rápida da experiência emocional negativa em comparação com quem apenas havia se alongado. Dessa forma, uma ideia de que a corrida poderia corresponder aos aspectos positivos seria o ponto de partida para estudos futuros.
Leia:
Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 1
Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 2
Do site Guia do tênis

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."

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  1. Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 3 – A luz de bons preceitos humanos, refletirá um estado de equilíbrio harmônico com tudo que vemos e com o que não vemos .Apenas sentimos.
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