Uma das mais tradicionais corridas de rua do Brasil acontece no próximo dia 20. Convidei Antônio Carlos Ferreira, diretor técnico da assessoria esportiva Mitokondria, para dar dicas para quem vai correr pela primeira vez a Meia Maratona Internacional do Rio, entre São Conrado e o Aterro do Flamengo, e também para quem já encarou o percurso em anos anteriores.
A Meia Internacional do Rio de Janeiro é uma das provas mais consolidadas no pais, seja pela transmissão ao vivo pela TV, seja pela beleza do percurso ou pela boa organização. Com cerca de 10.500 concluintes no ano passado, ela é a maior meia maratona do Brasil e tem características próprias.
Corredores passam por Ipanema durante a da Meia Maratona Internacional do Rio. Foto de divulgação
- Como o local da largada é relativamente estreito, caso você vá correr para marcar tempo, procure, na medida do possível, sair mais para frente, tendo o cuidado para não atrapalhar os corredores mais rápidos. Muitas pessoas levam cartazes e podem atrapalhar na largada. Tenha atenção com eles também.
- Logo no inicio da prova tem a badalada mas não tao temida “subida da Niemeyer”, com aproximadamente 2,2km, com uma inclinação média de aproximadamente 1,5%. Para quem treinou adequadamente para a prova, com uma boa quilometragem, não terá maiores dificuldades com ela e, caso erre na velocidade de subida, é possível se recuperar durante a descida para o Leblon e no restante do percurso. Portanto, apesar de não considerá-la difícil, é bom ter um mínimo de atenção.
- Do Leblon a Copacabana o percurso é plano e não apresenta dificuldades.
- Normalmente tem bastante gente na rua dando força aos corredores.
- Preste atenção aos postos de água, que por vezes ficam tumultuados. Veja onde vai pegar a água, pois não é preciso ser logo na primeira bancada. A visualização da bancada em que você vai pegar a água é importante para não deixar de se hidratar. Cuidado com os corredores que param de repente nos postos de hidratação. Uma queda pode fazer você perder um tempo considerável. Procure jogar os copos nas latas de lixo.
- O percurso é bonito, principalmente no inicio da prova, mesmo para quem já está acostumado em correr por ali. Botafogo e o início do Flamengo, por volta do Km 13, também são locais lindos.
- Chegando ao Flamengo, aproximadamente no Km 15, encontramos o que muitos consideram um ponto negativo da prova: você passa ao lado da chegada, no entanto, ainda faltam cerca de 6km, mas, lembrem que 21km são 21km, então, mesmo que a prova não retornasse e terminasse próximo ao Museu do Amanhã, ela continuaria com 21km. Então, relaxe, coloque a cabeça para funcionar e lembre-se que a prova, indo ou indo e voltando, tem 21.097 metros.
- Mentalize também a tática que você usará. A mais comum e tradicional é tentar fazer toda a prova em um mesmo ritmo e tentar, se for possível, ganhar alguns preciosos segundos a partir do Km 17 ou 18. Mas o ideal seria que você já tivesse treinado isso antes. Aliás, dia de prova não é dia de experimentar nada.
- Outra característica da prova, pelo horário de largada e época do ano, é o clima mais quente. Em 80% das edições anteriores, o clima não ajudou muito os corredores. Procure se hidratar bem no dia anterior e durante a prova. A recomendação genérica do Colégio Americano de Medicina Esportiva é de 500 a 800 ml por hora, divididos em 3 ou 4 vezes, o que daria aproximadamete de 2 a 3 copos por hora.
- Quando chegar, tenha um pouco de paciência, pois, deve ter bastante gente por perto. Não esqueça de se hidratar com sucos e isotônicos. Se for comemorar, até vale uma cerveja long neck, mas usar bebida alcoólica como recurso de hidratação é desastroso, pois ela prejudica sua recuperação pós-prova. Falando em recuperação, se não estiver muito dolorido, um trote (corrida lenta) na segunda-feira, de aproximadamente de 15 a 20 minutos, e descanso na terça-feira ajudam bastante na recuperação.
Boa sorte!!!!!!!!!!
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”
