Paris-2024: índice da maratona é o mais difícil da história

World Athletics definiu os índices para as maratonas olímpicas de Paris-2024. (Divulgação)
World Athletics definiu os índices para as maratonas olímpicas de Paris-2024. (Divulgação)

A World Athletics (WA) está mais exigente na classificação de atletas para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. A entidade maior do atletismo anunciou, na última terça-feira (20/12), que 50% dos participantes das provas olímpicas serão classificados pelo índice exigido e os 50% restantes serão determinados pelo ranking mundial. Essa lógica, que vale para todas as modalidades do atletismo, também vai ser adotada para o próximo Mundial, que acontece em Budapeste, no ano que vem.

Nas Olimpíadas de Tóquio-2020, a WA estabeleceu limites de entrada para 80 atletas para as maratonas masculina e feminina. Mas uma combinação dos tênis com placa e uma janela de qualificação estendida devido à Covid-19 fez com que muito mais atletas atingissem o tempo de corte determinado. No final, 106 homens e 88 mulheres largaram na última maratona olímpica em Sapporo. Para Paris-2024, o limite de 80 maratonistas por categoria foi mantido, com cada país podendo inscrever três atletas no máximo.

Paris-2024 diminuiu em 3m20s o índice de Tóquio-2020

Buscando evitar uma repetição, a WA reduziu drasticamente os tempos de entrada para a maratona. No masculino, a marca de 2024 é de 2h08m10s. A de 2020 foi de 2h11m30s. É uma redução de 3m20s. No feminino, o padrão de 2024 é 2h26m50s. Para Tóquio-2020 foi 2h29m30s. Essa diferença é de 2m40s.

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Para as Olimpíadas de Tóquio, o Brasil teve representantes somente no masculino. O primeiro a se classificar foi correr abaixo de 2h11m30s foi Daniel Chaves, com 2h11m10s na Maratona de Londres, no dia 28 de abril de 2019. O segundo foi Paulo Roberto, que completou a Maratona de Sevilha, na Espanha, em 2h10m08s, no dia 23 de fevereiro de 2020. O último a conseguir a vaga foi Daniel Nascimento, que, em sua primeira maratona, venceu a maratona “O Bicentenário do Peru”, em Lima, no dia 23 de maio, com o tempo de 2h09m04s. Dos três, o único que completou foi Paulo Roberto, com 2h26m08s. Os outros dois abandonara a prova.

Em Tóquio, o Brasil não teve representantes no feminino, já que nenhuma maratonista conseguiu o índice. A última vez que o Brasil participou foi nas Olimpíadas do Rio-2016, com Adriana Aparecida da Silva, Marily dos Santos e Graciete Santana.

A medalha de ouro da maratona de Tóquio-2020, no masculino, foi do queniano Eliud Kipchoge, que conquistou o bicampeonato, com 2h08m38s. A medalha de prata foi para o holandês Abdi Nageeye, em 2h09m58s, e a de prata, para o belga Bashir Abdi, com 2h10m00s. No feminino, a campeã foi a queniana Peres Jepchirchir, com 2h27m20s, seguida pela compatriota Brigid Kosgei, com 2h27m36s, e pela americana Molly Seidel, com 2h27m46s.

Prazo para conseguir tempo para maratona olímpica já começou

Os atletas também podem obter suas vagas olímpicas por colocação no ranking da federação internacional. Para isso, ele ou ela precisam estar entre os cinco primeiros em uma maratona com selo platina entre 1º de novembro de 2022 e 30 de abril de 2024. Em 2023, estão nessa categoria as provas de Xiamen, Osaka (mulheres), Tóquio, Nagoya (mulheres), Seul, Boston, Londres, Sydney, Berlim, Chicago, Amsterdã, Nova York, Xangai e Valência.

Os índices para as Olimpíadas de 2020 e 2024 e o Mundial de 2023.

PROVA (M) OLIMPÍADAS DE TÓQUIO-2020MUNDIAL-2023OLIMPÍADAS DE PARIS-2024
1.500m3m35s003m34s203m33a50
5.000m13m13s5013m07s0013m05s00
10.000m27m28s0027m10s0027m00s00
Maratona2h11m30s2h09m40s2h08m10s
PROVA (F) OLIMPÍADAS DE TÓQUIO-2020MUNDIAL-2023OLIMPÍADAS DE PARIS-2024
1.500m4m04s204m03s504m02s50
5.000m15m10s0014m57s0014m52s00
10.000m31m25s0030m40s0030m40s00
Maratona2h29s302h28m002h26m50

Para os 10.000m, o prazo de classificação para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 é de 31 de dezembro de 2022 a 30 de junho de 2024. Para os 1.500m e 5.000m, a janela de classificação vai de 1º de julho de 2023 a 30 de junho de 2024.

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."