LISBOA, PORTUGAL. Rosa Mota, Carlos Lopes, António Pinto… são exemplos de nomes que marcaram as provas de estrada portuguesas. Chamadas de corridas de rua no Brasil, a prova de estrada em Portugal teve sua primeira edição no final do século XIX.
Segundo o professor português David Inácio, já na última década do século XIX, era possível encontrar as corridas pedestres que se podiam assemelhar ao atletismo e que movimentavam vários grupos populares. Nesta altura era notória a influência de raízes anglo-saxônicas, nomeadamente na criação de clubes e dos seus respectivos nomes. Elas ganharam tal popularidade que, em 29 de janeiro de 1895, pelos caminhos enlameados que uniam Paço de Arcos a Algés, o Walkim Race Club (Algés) organizou, num percurso de 15km, o primeiro “Campeonato de Portugal de Estrada”.
Primeira maratona em Portugal foi em 1910
Estas primeiras provas de estrada tinham distâncias de 42,800m (distância na altura consagrada para uma maratona), pois seriam eventos destinados ao fracasso. Porque esta era uma distância que obrigava a uma melhor preparação e a maioria das pessoas não tinha hábitos de treino, logo não participariam em provas com tão longa distância. Só em 1910 é que a maratona começou a ser praticada em Portugal com a distância oficial, tendo como primeiro vencedor Francisco Lázaro.
Desta época até os dias de hoje, Portugal vivenciou uma longa história nas provas de estrada. Esses eventos esportivos ganharam destaque e se tornaram cada vez mais populares ao longo dos anos.
Provas de estrada nas décadas de 1970 e 1980
Nos anos 70 e 80, as corridas de rua começaram a se popularizar em Portugal. Nessa época, as provas eram realizadas principalmente em grandes cidades como Lisboa e Porto. As corridas eram geralmente organizadas por clubes desportivos e a participação era restrita a atletas federados. Essas competições eram consideradas eventos importantes no calendário desportivo português.
Nos anos 1990
Durante a década de 1990, as corridas de rua em Portugal se tornaram mais acessíveis ao público em geral. O número de provas aumentou significativamente, com a realização de eventos em várias cidades e vilas de todo o país. As corridas atraíam um grande número de participantes, desde atletas amadores até corredores de elite. Além disso, as provas começaram a ser organizadas não apenas por clubes desportivos, mas também por associações, empresas e instituições de caridade.
Nos anos 2000
Nos anos 2000, as corridas de rua em Portugal continuaram a crescer em popularidade. A variedade de eventos aumentou, incluindo provas de diferentes distâncias, como corridas de 10km, meias-maratonas e maratonas completas. Os organizadores também começaram a introduzir corridas temáticas, como corridas noturnas, corridas em trajes e corridas de solidariedade. Essas inovações atraíram ainda mais participantes e ajudaram a promover um ambiente divertido e inclusivo.
Além disso, houve um aumento significativo no número de mulheres participando das corridas de rua em Portugal. Isso contribuiu para a popularização do esporte entre elas e para a criação de eventos exclusivamente femininos, como a Corrida da Mulher, que se tornou um marco no calendário de corridas.
Dos anos 2010 até o presente
Nas últimas décadas, as corridas de rua em Portugal continuaram a prosperar. Grandes eventos foram estabelecidos, como a Maratona de Lisboa e a Meia-Maratona do Porto, que atraem corredores de elite de todo o mundo. Essas provas têm como pano de fundo paisagens urbanas icônicas, proporcionando aos participantes uma experiência única.
Além disso, a tecnologia e as mídias sociais tiveram um impacto significativo nas corridas de rua em Portugal. Os aplicativos de rastreamento de corrida e as plataformas de compartilhamento de fotos permitiram que os corredores compartilhassem suas realizações e se conectassem com outros entusiastas do esporte.
Atualmente, as provas de estrada em Portugal são uma atividade popular em todo o país. Milhares de pessoas participam regularmente desses eventos, buscando melhorar sua saúde, desafiar seus limites pessoais e desfrutar do espírito comunitário que envolve as corridas de rua.
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Marcos Dantas é movido a desafios. Jornalista, educador físico e triatleta há 33 anos, ele tem o gosto pelas longas distâncias, com provas de Ironman, Ultraman e ultramaratonas. “Para mim, triathlon é mais do que um esporte, é um estilo de vida.” Marquinhos mora em Portugal desde 2017 e é técnico de triatlhon do Sporting Clube de Portugal.
