Queniano Eliud Kipchoge confirma favoritismo e vence a maratona dos Jogos Olímpicos Rio 2016

Etíope e americano completam o pódio. Melhor brasileiro, Paulo Roberto Almeida Paula terminou na 15ª colocação

Com o melhor tempo do ano em maratonas e o segundo da história, com 2h03m05s, obtido em Londres em abril, o queniano Eliud Kipchoge chegou aos Jogos Olímpicos Rio 2016 como o principal favorito. E confirmou os prognósticos ao cruzar a linha de chegada do Sambódromo em 2h08min44s, com o etíope Feyisa Lilesa, com 2h09min54s, ficando com a prata e o americano Galen Rupp, com 2h10min05s, com o bronze. Dos três brasileiros, o melhor foi Paulo Roberto de Almeida Paula, que terminou na 15ª colocação, com 2h13min56s. Marílson Gomes dos Santos, que encerrou sua carreira profissional, ficou em 59º lugar, com 2h19min09s. Já Solonei da Silva, na 78ª posição, completou os 42km em 2h22min05s.

A vitória de Kipchoge neste domingo chuvoso e a de Jemima Jelagat Sumgong na semana passada fez com que o Quênia fosse o primeiro país a ganhar a maratona Olímpica nas categorias masculina e feminina. Essa foi a segunda medalha de ouro dos quenianos em maratonas Olímpicas. A primeira foi de Samuel Wanjiru, em Pequim 2008.
O queniano Eliud Kipchoge no comando do bloco de líderes, seguido pelo etíope Feyisa Lilesa e o americano Galen Rupp (Foto: Alex Ferro/Rio 2016)
Sempre entre os primeiros colocados desde a largada no Sambodromo, Kipchoge assumiu definitivamente a liderança da maratona Olímpica a partir do Km 35, quando os três medalhistas se destacaram dos demais corredores.
“Eu vim para o ouro”, comemorou o campeão, de 31 anos, que das oito maratonas que já disputou, ganhou sete, e que foi bronze e prata nos 5 mil metros nos Jogos de Atenas e Pequim, respectivamente. “Este é o melhor momento da minha vida. É incrível também para Quênia, que pela primeira vez ganhou entre os homens e as mulheres”.
Perguntado se ele era o maior, Kipchoge foi modesto. “Eu posso dizer que esta foi a minha melhor maratona, pois ganhei a medalha de ouro . Eu não quero dizer que eu sou o maior . O que está em minha mente é a felicidade por ter ganho a medalha de ouro olímpica. Nas duas últimas Olimpíadas tive a medalha de bronze e prata, portanto estes Jogos Olímpicos de 2016 são realmente marcantes para mim.”
Medalha de prata, Feyisa não estava entre os dez melhores maratonistas da temporada e, até o Km 25, não fazia parte do bloco de líderes. No Km 30, o etíope passou da 18ª colocação para a terceira. No Km 35, assumiu o segundo lugar até a linha de chegada. “Estou feliz com a prata. A prova foi difícil por causa da chuva”.
Com o terceiro lugar, Galen Rupp é o primeiro americano a conseguir ganhar medalha na maratona e nos 10 mil metros, onde, em Londres 2012, terminou com a prata. Além disso, acabou com um jejum de 12 anos sem ter a bandeira dos Estados Unidos no pódio Olímpico dos 42km desde que Meb Keflezighi ficou com a prata em Atenas 2004.
Oitavo em Londres 2012 e 15º agora no Rio 2016, o brasileiro Paulo Roberto estava satisfeito com seu desempenho.
“A prova foi boa.  Eu cheguei fisicamente até melhor do que em Londres. Eu nunca tinha corrido uma maratona no Brasil. Eu me aproximei da minha marca, então saio feliz. Eu queria ser um medalhista, mas saio com pensamento positivo. Minha prova era de recuperação. Eu contava com o calor, mas essa temperatura ajudou todo mundo”, afirmou Paulo Roberto ao Sportv.
Saiba como foi o desempenho dos cinco primeiros colocados na maratona

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."