A Unidade de Integridade de Atletismo (AIU) suspendeu, na última sexta-feira (3), por quatro anos, o maratonista queniano Wilson Kipsang, ex-recordista mundial e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, por quatro anos. Motivo: falsificação e falha de localização aos controles antidoping da entidade.
A AIU foi criada, em 2017, pela então IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo), hoje World Athletics, para combater, de forma independente, o doping no atletismo.
Wilson Kipsang, de 38 anos, além do terceiro lugar olímpico, é bicampeão da Maratonas de Londres (2012 e 2014) e campeão nas maratonas de Nova Iorque (2014) e Berlim (2013).
Seu recorde mundial na maratona foi obtido em Berlim, em 2013, com 2h03m23s, superando a marca de 2h03m38s do compatriota Patrick Makau, de 2011, também na Maratona de Berlim. O tempo de Kipsang foi batido pelo também queniano Eliud Kipchoge, com 2h03m05s, na Maratona de Londres, em 2016.
Outros casos como o de Wilson Kipsang no atletismo queniano
A suspensão de Kipsang, que foi considerado culpado pela AIU por fornecer evidências e testemunhos falsos, é mais um duro golpe para o atletismo queniano, pois outros atletas também foram punidos por doping ou por tentar enganar a AIU.
Primeira queniana campeã olímpica na maratona, com ouro nas Olimpíadas do Rio, em 2016, Jemima Sumgong testou positivo para EPO fora de competição, cinco meses após o título no Brasil. Foi punida com quatro anos de supensão. Em janeiro de 2019, a AIU ampliou para oito anos, no total, o afastamento esportivo de Sumgong, por tentar impedir a investigação sobre um teste positivo de eritropoietina (EPO), apresentando documentos falsificados.
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Os outros casos com repercussão foram de Asbel Kiprop, campeão olímpico nos 1.500m em Pequim-2008 e tricampeão mundial na distância, por doping, Abraham Kiptum, ex-recordista mundial da meia-maratona, e Daniel Wanjiru, vencedor da Maratona de Londres em 2017, ambos suspensos por irregularidades nos seus passaportes biológicos.
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”