Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 4

A corrida serve quase como uma medicina preventiva
A corrida serve quase como uma medicina preventiva

A corrida seria o melhor tipo de exercício para o cérebro?
Os mais diferentes exercícios agem de formas diversas no organismo. Mesmo que estejam englobados em exercícios aeróbicos ou anaeróbicos, a reação do organismo sempre será diferente em cada caso. Dessa forma, difere-se no que tange a parte física, mas também no que abrange as atividades neurológicas. Um estudo na Universidade de Jyvaskayla, na Finlândia, colocou à prova como a atividade mental é desenvolvida em larga escala, testando ratos em diversos exercícios aeróbicos.

Estudos realizados anteriormente ao da Universidade finlandesa já levantavam a hipótese de uma análise mais profunda acerca do surgimento de maior número de neurônios em testes comparativos de ratos que corriam e ratos sedentários. Em algumas pesquisas constatou-se que o número de novos neurônios quase triplicava de um grupo de amostra para o outro. Além disso, a região beneficiada casava justamente com o hipotálamo, responsável pela cognição e memória.
Já o estudo da Universidade de Jyvaskayla apostou em maior profundidade nas análises. Injetando uma substância que marcaria as regiões onde provocassem o surgimento de novas células, os pesquisadores estimularam os ratos aos mais diferentes tipos de exercícios, realizando comparações com um grupo de controle que permaneceria sedentário.
Alguns dos animais correram em rodas dentro de suas gaiolas, já outros foram submetidos a corridas moderadas em locais abertos, com distâncias variadas. Outro grupo ainda foi submetido a diversos outros treinos que envolviam resistência, treinos de velocidade e demais regimes de exercícios físicos. As rotinas de treinamentos perduraram por sete semanas até os primeiros resultados começarem a surgir. O surpreendente fica por conta dos animais que corriam enjaulados, assim como os que corriam soltos.
Os ratos estimulados, sobretudo, à corrida – seja enjaulado ou livre – apresentaram robustos resultados no que tangem os níveis de neurogênese. A comparação com o grupo de controle demonstrou que os animais expostos às atividades aeróbicas, que exigiam a corrida e intervalos de descanso controlados, promoviam uma excelente qualidade às funções cerebrais. Inúmeros novos neurônios surgiram no cérebro, e aliar o exercício ao descanso proporcionou uma qualidade à saúde física e mental dos ratos testados.
A Dr. Miriam Nokia (vinculada ao Departamento de Psicologia da Universidade de Jyvaskayla) explicitou o fato de que “ratos não são humanos”, em suas palavras, mas que os resultados apresentados são significativos para testes futuros que devem apresentar resultados positivos para a aliança de exercícios aeróbicos, assim como potencialização da capacidade cerebral humana, sobretudo no surgimento de maior número de neurônios, se comparado aos sedentários.
A corrida como o principal exercício para um cérebro saudável
Ao menos para o cérebro parece ser a melhor pedida. Por apresentar inúmeros benefícios sustentados por estudos quantitativos e qualitativos, a corrida e a melhora das atividades cerebrais se tornam quase como um laço que deve ser mais valorizado. Isso porque além da promoção de benefícios à saúde cardiorespiratória e muscular, a corrida ainda se sobressai no que tange a melhora nas atividades cerebrais. Sendo, literalmente, o exercício que vai dos pés à cabeça.
Estudos falam por si, abrangem uma metodologia própria, testes que podem ser de discórdia, mas com fatos que dificilmente podem ser rebatidos. A corrida proporciona um benefício sem igual ao corpo; agora também descobre-se seu importante fator na melhora da atividade cerebral. Sendo uma opção interessante, portanto, a corrida serve quase como uma medicina preventiva. Calçando os tênis para corrida, mapeando um trajeto e desbravando novos caminhos parece ser muito mais interessante que a dependência de remédios no futuro.

Leia:

Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 1

Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 2

Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 3

FONTES:
  • [1] http://www.karenpostal.com/exercise-think-better/ – Karen Postal, neuropsicóloga instrutora em Harvard, presidente da Academia Americana de Neuropsicologia Clínica.
  • [2] http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1113/JP271552/abstract
  • [3] http://www.nature.com/neuro/journal/v2/n3/full/nn0399_266.html
  • [4] http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fnhum.2016.00610/full
  • [5] https://well.blogs.nytimes.com/2016/02/17/which-type-of-exercise-is-best-for-the-brain/?_r=1
  • [6] http://www.nature.com/neuro/journal/v2/n3/full/nn0399_266.html
  • [7] https://academic.oup.com/biomedgerontology/article/58/2/M176/593589/Aerobic-Fitness-Reduces-Brain-Tissue-Loss-in-Aging
  • [8] http://www.health.harvard.edu/blog/regular-exercise-changes-brain-improve-memory-thinking-skills-201404097110
  • [9] http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02699931.2016.1168284

Do site Guia do Tênis

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."

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  1. Neurocientistas descobrem como a corrida desenvolve o cérebro – Parte 4 – A luz de bons preceitos humanos, refletirá um estado de equilíbrio harmônico com tudo que vemos e com o que não vemos .Apenas sentimos.
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