Após seis anos fazendo parte do circuito de países que sediam a Wings for Life World Run, o Brasil não realizará a prova no ano que vem, marcada para o dia 3 de maio. Lima será a única cidade na América do Sul a ter a corrida, que tem como o objetivo apoiar pesquisas para a cura da lesão na medula espinhal. A capital peruana não organizava a corrida desde 2016.
Além de Lima, a Wings for Life World Run vai acontecer nas seguintes cidades em 2020: Viena, na Áustria, Zadar, na Croácia, Cambridge, no Reino Unido, Perth, na Austrália, Kakheti, na Geórgia, Munique, na Alemanha, Poznan, na Polônia, Pretória, na África do Sul, Zug, na Suíça, e Miami, nos Estados Unidos. Japão e França ainda não escolheram os locais.
Ao contrário dos eventos tradicionais, na Wings for Life World Run é a linha de chegada que persegue os atletas. O Catcher Car larga 30 minutos depois dos competidores e vai aumentando sua velocidade gradativamente, eliminando os corredores que forem ultrapassados. O último a ser alcançado pelo veículo é o campeão do evento.
Corrida virtual da Wings for Life World Run pelo app
Para aqueles que não puderem estar nas cidades que sediarão as provas, existe a possibilidade é usar o aplicativo da Wings for Life World Run. Com ele, é possível correr em qualquer lugar, sozinho ou em grupo.
Em São Paulo, a Wings for Life World Run vai organizar um encontro na pista de 5km do Parque Villa Lobos, às 8h, mesmo horário que a prova vai começar em todo o mundo. Os inscritos receberão por e-mail o número de corrida, que estará na lista de participantes do site do evento dias antes da corrida. O app será a ferramenta para a medição do tempo. O Catcher Car virtual largará 30 minutos após o início do evento e assim que ele alcançar o corredor, o app mostrará um aviso que de eliminação da prova. A inscrição, nesse caso, custa R$ 49.
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O Wings for Life World Run é um evento de caridade global, inspirador e inclusivo, onde os participantes correm por quem não pode. Toda a verba arrecadada com as inscrições e doações são destinadas para a pesquisa e ensaios clínicos pela cura de lesões na medula espinhal. Como resultado, existem 63 projetos em andamento com este objetivo.
Mais de meio milhão de corredores desde 2014
Em 2019, o Wings for Life World Run arrecadou € 3,5 milhões com as mais de 120 mil inscrições em 323 locais em todo o mundo. Foram percorridos 1.103.276km pelos participantes. Criada em 2014, a Wings for Life World Run já reuniu mais de meio milhão de atletas de 193 nacionalidades ao redor do mundo.
Graças à participação em uma pesquisa clínica financiada pela Wings for Life, o suíço David Mzee conseguiu dar os primeiros passos depois de ficar paralisado por anos. Este ano, ele participou da Wings for Life World Run, andando por 390 metros.
– Fiquei muito feliz em cruzar a linha de partida como parte da enorme comunidade World Run – disse Mzee. – Há muita esperança, e as pessoas adoram participar.
Campeão de 2019 correu 64,57km até ser alcançado pelo Catcher Car
Na prova deste ano, o campeão global foi o russo Ivan Motorin, que correu 64,37km, em Izmir, na Turquia. No feminino, a melhor corredora foi a russa Nina Zarina, que completou 53,72km em Zug, na Suíça. No Brasil, os vencedores foram o alemão Andreas Strabner, com 61,25km, terceiro colocado no geral, e a polonesa Dominika Stelmach, com 53,56km, vice-campeão global. O melhor brasileiro foi Luis Barbosa, com 59,93km, no Rio, e a melhor brasileira foi Letícia Saltori, com 36,35km, também correndo no Rio.
No Brasil, a primeira edição da Wings for Life World Run foi em Florianópolis, em 2014. De 2015 a 2017, Brasília sediou a prova, que nos dois anos seguintes foi realizada no Rio de Janeiro.
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. “Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer.”