Canelite: fisioterapeuta Walkyria Fernandes recomenda tratamento para corredores

Walkyria Fernandes em atendimento no tratamento da canelite em sua clínica. (Divulgação)
Walkyria Fernandes em atendimento no tratamento da canelite em sua clínica. (Divulgação)

A corrida é um excelente exercício para prevenir doenças cardiovasculares, promover o condicionamento físico e contribuir com a qualidade do sono. No entanto, o uso de calçados inadequados, falta de mobilidade e pisada desequilibrada pode gerar ao praticante da modalidade algumas dores e sobrecargas, como é o caso da canelite. 

Cientificamente conhecida como síndrome do estresse tibial medial, o problema é uma inflamação do osso, tendões ou músculos da canela. Caracterizada por uma dor um pouco mais persistente, geralmente é causada quando o corredor intensifica os treinamentos sem levar em consideração o aumento progressivo e principalmente os descansos necessários. 

Comum entre os praticantes de corrida, a fisioterapeuta Walkyria Fernandes, especialista há 17 anos no atendimento a pacientes com dor, afirma que a lesão possui tratamento. “O melhor tratamento para a canelite é o paciente buscar ajuda de um fisioterapeuta com Raciocínio Clínico Avançado (RCA), profissional que não vai tratar apenas a inflamação e, sim, descobrir a causa, buscar as regiões do corpo do paciente que estão gerando essa sobrecarga na canela e proporcionar um tratamento resolutivo do problema”.

Professora da Escola de Osteopatia de Madrid e colecionadora de 119 mil seguidores no instagram, Dra Walkyria é a idealizadora do método RCA 360 e indica exercícios para o tratamento. “É importante cuidar da coluna lombar e sempre testar o movimento de dobrar a coluna para frente e para trás. Pode parecer estranho, mas manter a mobilidade da coluna lombar é um dos pontos-chaves para um ótimo tratamento de canelite. Afinal, todos os nervos do músculo da região anterior da tíbia (canela) saem da coluna lombar”, explicou. 

Prevenção à canelite

Para evitar novas incidências, a fisioterapeuta também destacou exercícios de prevenção. Segundo ela, os mais importantes são os de mobilidade. Como exemplo, sugeriu que o corredor compare a mobilidade do tornozelo direito com a do tornozelo esquerdo. Uma forma simples de fazer isso é ficar na posição de “cócoras”. De acordo com a especialista, se o praticante do esporte é capaz de ficar agachado no chão com os pés apoiados, isso significa que a mobilidade do tornozelo está ótima. Assim, menor será a chance de desenvolver canelite.

“Para que um corredor se previna da canelite, é muito importante prestar atenção à mobilidade das articulações do seu corpo, principalmente da pelve (bacia), quadril, joelho e tornozelo. Caso já possua uma torção de pé, por exemplo, a tendência é que a articulação não tratada comprometa a mobilidade e sobrecarregue outra região. Neste caso, os músculos da parte anterior da canela. Por isso, o corredor não deve ignorar as dores que sente”, finalizou. (Iúri Totti)

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Sobre Iúri Totti 1379 Artigos
Iúri Totti é jornalista, com mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, principalmente na área de esportes. Foi o criador das sessões “Pulso” e “Radicais” no jornal O Globo. Tem 13 maratonas, mais de 50 meias maratonas e dezenas de provas em distâncias menores. "Não me importo em ser rápido. A corrida só precisa fazer sentido, dar prazer."